domingo, 16 de fevereiro de 2020

Minha Carteira

Um breve histórico

Caros amigos e leitores, bom dia!

Como prometido no posto de abertura, chega o momento de trazer até vocês a composição atual da minha carteira de investimentos. A maior parte da mesma foi adquirida no período de 2014 a 2018, momento em que, por força da minha atuação profissional no órgão em que trabalho, assumi cargo de subchefia, o que trouxe uma gratificação considerável.

Tudo que é bom, decerto, dura pouco. Alegria de pobre, então, dura menos ainda. Em 2018 deixei o cargo de subchefia e "voltei para a planície", o que coincidiu com a possibilidade de mudança de endereço, algo que abracei com todas as forças (e gastos). A mudança (com obra, porque desgraça pouca é bobagem) basicamente consumiu minhas reservas de emergência, vindo a terminar já em 2019. De lá, para cá, tenho tentado - com relativo sucesso - recompor minhas reservas de emergência, sem deixar, evidentemente, de aportar em "oportunidades" que se apresentem (algo cada vez mais raro, pois tenho a sensação - não sei se compartilham dela - de que os preços em Bolsa andam "esticados").

A Carteira

Sem mais delongas, vamos a ela:





Não Procurador Pão Duro, não é esta Carteira!!!









Ah, agora sim...vamos a Carteira (de Investimentos) do Procurador Pão Duro...



Como vocês podem ver, estou concentrado essencialmente em FIIs (explicarei mais abaixo). Por sua vez, minha reserva de emergência hoje é a seguinte:








A Ratio da montagem da Carteira

Sempre fui um camarada bastante conservador no que se refere a investimentos (ou, melhor dizendo, só passei a ganhar o suficiente para investir bem, e com alguma consciência, já mais velho). Isso me levou a um pensamento um pouco diferente do "normal" da "Finansfera".O "normal", neste caso, é aquilo que os analistas financeiros pregam: no início de qualquer carteira: a mesma deve estar concentrada em renda variável, de preferência em investimentos "apimentados", porque você (sendo jovem) tem tempo para aproveitar, ao longo dos anos, a valorização destes investimentos ao longo dos anos (faça uma experiência: bata aí no Google "gráfico Dow Jones desde 1929" e veja o resultado).

Essa ideia, no mais das vezes, dá certo: o camarada começa a aportar com 20, 20 e poucos anos, e aproveita a valorização das ações em Bolsa, e quando chega na minha idade, tem um valor investido considerável, e, neste momento, ele começa a converter tal montante em renda variável, já de olho na aposentadoria.

No meu caso, como disse, comecei a receber uma quantia mais vultosa somente em 2014, e como a quantia era proveniente de subchefia (ou seja, cargo em comissão), sempre tive a consciência de que, cedo ou tarde, a "mamata" ia acabar. Assim, minha ratio foi buscar algum tipo de investimento que me gerasse fluxo de caixa (de preferência mensal) para que eu não sentisse tanto o "baque" da perda do cargo (se, e quando, a perda viesse). Não daria tempo para usar o raciocínio "normal" exposto acima: não era o caso de esperar a valorização dos meus investimentos (como pode, e deve, ser o caso dos mais jovens aqui na "Finansfera"), mas de extrair, desde logo, algum tipo de rendimento em cima do dinheiro.

A primeira ideia que vem a cabeça, nesta linha, é o investimento em imóveis físicos. Mas daí surgiu o primeiro empecilho: o custo dos imóveis físicos aqui no Hell de Janeiro, em relação tanto ao benefício que poderiam trazer, como em relação à concentração do risco. Em outra palavras: o valor atual da minha carteira, hoje, permitiria adquirir 2, ou talvez 3, bons imóveis para locação. Só que, neste caso, meu risco estaria concentrado em 2 ou 3 inquilinos. No caso de inadimplência de algum deles, eu estaria ferrado. E, vai por mim (no início da carreira na advocacia, trabalhei administrando imóveis) o inadimplemento sempre acontece...

Após algum estudo, descobri os FIIs e estes resolveram ambos os problemas: consigo investir em "imóveis" (sei que se trata de renda variável, fundada em "papel", mas não se pode esquecer do lastro imobiliário por trás deles), gerando um fluxo de caixa mensal, e pulverizando o risco (já que, de um lado, o valor total do investimento fica dividido em vários FIIs e, de outro lado, dentro de cada FII o risco fica pulverizado, pois procuro escolher sempre FIIs multi-multi).

O mesmo raciocínio tem sido aplicado em relação a reserva de emergência: uso o Tesouro Direto (como o Governo recompra, é mais interessante, na minha visão, deixar lá do que em algum CDB/Fundo de Banco), mas procuro adquirir sempre os títulos que pagam juros semestrais (os famosos "cupons"), para que a reserva de emergência também contribua com o fluxo de caixa do mês para além do meu salário (afinal, quem tem mulher mais 3 filhos sempre tem mais alguma coisa para pagar...).

Amigos queridos, é isso. Vou tentar deixar algo especial programado para o Carnaval...
Ósculos e amplexos para todos!!

6 comentários:

  1. Show de bola procurador, muito bem explicado o seu post, gostie.

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  2. pq não te ações na carteira? (entendi certo?)

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    1. Eminentíssmo Scant,
      Entendeu certo sim. Não tem ações. Já há algum tempo estou querendo separar parte da renda mensal em FIIs para comprar ações (mais em um movimento especulativo mesmo, do que propriamente em uma estratégia de valorização dos ativos em longo prazo), mas isso demanda um certo estudo, o qual, até o presente, não tive tempo de fazer.
      Como os FIIs encaixam mais no meu objetivo (que é geração de fluxo de caixa), acabei concentrando neles, e deixando as ações (que não geram tanto fluxo, mas, claro, podem ser objetivo de maior valorização, e, consequentemente, de maior ganho) de lado. Opção "conservadora", por assim dizer...
      Grande amplexo!!!

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  3. Não acha arriscada a sua alocação em reserva de emergência? Esses produtos pré-fixados ou com um componente pré-fixado estão muito mais sujeitos a variações de preços. Em um cenário de aumento rápido dos juros, os valores de mercado dos investimentos seriam corrigidos significativamente para baixo de uma hora para outra. Isso põe em questão a liquidez necessária para a reserva.

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    1. Eminentíssimo Jardineiro,
      Está correta sua leitura, mas creio que pouco provável um cenário de aumento rápido de juros (o aumento pode até ocorrer, mas como está essencialmente nas mãos da autoridade monetária, tal aumento, se ocorrer, deve dar-se de modo mais gradual, permitindo a modificação da alocação antes de uma perda excessiva de liquidez).
      De toda sorte, foi bom você tocar neste assunto, pois como preciso ainda recompor totalmente a minha reserva (ela precisa ser um tanto maior do que é hoje), vou pensar em outras possíveis alocações, já que, ao menos neste caso, deve prevalecer a ideia de "não colocar todos os ovos em uma mesma cesta".
      Forte amplexo e obrigado pelo comentário!
      Procurador Pão Duro

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